quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Rede

(aos amigos valentes que comigo caminham rumo à felicidade)

Observando a vida deitada na minha rede
Pensando na vida e lembrando das vezes
Que rimos das histórias da infância que se foi
Momentos vividos que trouxeram a carga da experiência
Saboreamos tantos  acontecimentos e as vezes provando inconscientemente o fel da dor
Observei o dia passar, a rede balançando, o vento soprando
Veio na memoria aquelas noites de reuniões inconsequentes
Do brigadeiro comido na panela ainda quente
De felicidade real da amizade sem igual
Das bebidas, dos petiscos, dos apelidos e risos
Das madrugadas que nunca acabava
Das confidencias reveladas a beira da cama
Dos momentos de silencio que antecederam a crise de gargalhadas
Que saudade do tempo que passamos juntos na minha sala
Da cozinha bagunçada, das sandálias na entrada
Na minha memória cada instante é guardado com veracidade
Preciosidade que nunca será rotina, sempre será novidade de vida
Estar com vocês é como ver o mar
Como ver o céu azul ficar depois da tempestade passar
É como não conseguir explicar a forma da aurora raiar
Nem ao menos definir como será a noite de luar
É surreal e excepcional.

Espera



 Fogo que me consome
Amor que me arrebata
Dor que insiste em me encontrar
Já cansei de me esconder
Já está na hora de eu me achar

Tenho caminhado no escuro
Não sei se já cheguei ou se já passei
Tudo que sei é que estou só
No escuro, caminhando, procurando
Tentando ao menos ouvir teu falar
E torcendo pra que eu chegue lá
Onde você estará, a me esperar

Tempo de esperar

Sinto que ainda nao e a hora certa
Que horas sao afinal?
E hora de aquietar o coracao e agir com a razao
E hora de sacudir a poeira e gritar pra quem quizer escutar
Que eu sei bem quem eu sou
Eu sou assim, do jeito que voce me ve
Ouvi alguem dizer que toda opniao depende do ponto de vista de quem observa
Diga-me o que voce ve entao
Tente me decifrar
Sera que sou a luz do mar?
A onda a quebrar?
A lagrima rolar?...
Sou o sol ardente
A estrela cadente
Sou teu sorriso
Teu olhar
Sou alguem a espera de alguem para amar

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Ofuscação

Meus olhos hoje refletem
A essência do que um dia eu vivi
A saudade causa um brilho especial
E a dor uma cegueira crucial
Sinto falta dos reflexos antes avistados
Hoje contento-me apenas com meros vultos revoltos
A cor tornou-se breu
Já não contemplo mais os olhos teus
A aflição atroz revela-me que o fim se achega veloz
Tantas coisas deixarei para traz
Já sinto o gosto do fim dilacerar minha paz
Adeus mundo vão, nos encontraremos na calmaria da alva.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Re_Começo

Rabisque-me com teus argumentos
Quais desculpas usarás?
Nada de futilidades, por favor.
Borracha não apagará teus deslizes meu amor
Sugiro que você use uma virgula
E tente emprega-la como enceto
Ficarei atenta e julgarei tal tentativa
Um ponto final eu tenho guardado
E usarei assim que descobrir
Que meu bom grado não lhe serve mais de amparo

Liberta

Sem eira e nem beira
Tornou-se uma dor
Furtaram-me a cor
Teu cárcere me maltrata
Trouxe a tona meu mal humor
Solte-me desse teu ardor
Liberdade não merece saborear tal fel
Ofereça-me, por favor, uma dose de mel
Permita-me caminhar e encontrar a passagem
Da real felicidade que me levará de volta ao céu

Acorda

Cansada de quê?
Abrir mão do aprender
Pra lançar-me a deprê?
Não.
Quero vida, noites perdidas
Conhecer e reconhecer que tantas coisas posso fazer
Pra que cultivar solidão?
Isso é tudo muito em vão
Quero o mundo inteiro na minha mão
Quero ver o dia negro ficar
Quero ver a negra noite acordar
Quero saborear chuva
Quero radiar animação e observar  a aurora em mutação
Quero ver o arco-íris do teu olhar
Quero ver teu sorriso a me convidar
Quero aceita-lo e provar
Que ainda vale a pena acordada sonhar.